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Porque a primeira vez a gente nunca esquece…

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Quem já foi convidado para uma noite de lançamento de um livro, filme, novela, cd. dvd sabe como é. A expectativa do novo, de algo quentinho, saindo forno, todos muito felizes e orgulhosos pelo resultado final. Mas quando você faz parte diretamente de um projeto assim, tudo é multiplicado por mil, um milhão. E ainda soma-se a tudo isso a questão de que é algo que você planejou, tudo, cada detalhe. Essa semana foi marcada pelo lançamento de um livro muito especial chamado “A imaginação é um abismo”. Esse projeto conta com dezenove contos de autores incríveis e quem vem batalhando, assim como eu, nesse silencioso e solitário mundo da escrita. O evento aconteceu na Casa das Rosas em São Paulo e contou com a presença de mais de cem pessoas.

Foi incrível escrever para esse projeto. Eu trouxe algumas emoções das quais há muito tempo estavam adormecidas no meu coração, e o resultado disso foi sensacional.

No início, é muito estranha a sensação de nos sentarmos à mesa, imaginando se alguém irá comparecer e lhe pedir uma assinatura. Talvez seja até uma pretensão achar que alguém o faria. Mas uma vez que alguém “puxa” a fila, as coisas simplesmente acontecem e a cada pedido de assinatura, uma chuva revigorante de boas energias. Todos ali, querendo ver o seu sucesso.

Ainda estou tentando digerir tudo o que aconteceu, a ficha ainda não caiu, mas não posso deixar de citar o curso de Introdução a Escrita Criativa com Tiago Novaes (escritacriativa.net.br), o qual serei grata por toda minha vida.

Abaixo seguem algumas fotos do evento.

 

É preciso falar sobre Animais Fantásticos e onde habitam!!!

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OMG! J.K. Rowling tem mesmo uma mente incrível! Num momento em que os fãs de Harry Potter ou Potterheads -incluindo esta que vos fala-  já estavam tentando se conformar, diga-se de passagem, uma tarefa árdua, com o fim de uma era (rs!), ao ver que os filmes do nosso querido bruxinho já estavam velhinhos, passando inclusive na sessão tarde, eis que surge Animais Fantásticos e onde habitam, trazendo toda a familiar expectativa de volta! Não, o roteiro do filme ainda não tem livro! Na realidade a obra “Animais Fantásticos” é um livro didático usado pelos aprendizes de Hogwarts e talvez outras escolas mágicas, escrito por Newt Scamander, o protagonista do novo filme. Então, preparem-se! Para que Newt tivesse conhecimento profundo sobre as criaturas mágicas citadas em seu livro, ele precisa de convívio constante, observando seus hábitos e tudo o que isso envolve.

É claro que, com um roteiro repleto de possibilidades, J. K. Rowling não deixou a desejar. A autora conhece bem seu público, uma vez que faz questão de ser bem próxima deles, interagindo através das redes sociais. Ela tem um estilo próprio de entreter e segurar o expectador à tela ou aos livros do início ao fim.

Mesmo que a nova história se passe 70 anos antes de Harry Potter, J.K. acompanhou o desenvolvimento etário dos seus fãs e nos presenteou com filme mais adulto, repleto de elementos fantásticos que continuam estimulando a nossa imaginação, e ainda agregou um lado cômico também, o que deixou o conteúdo, por muitas vezes dramático, um pouco mais leve. Ela, como ativista contra o preconceito e desigualdades, assim como em suas obras anteriores entrega uma mensagem atual: diga não ao preconceito e à intolerância.

E assim, prometendo ainda mais quatro filmes da franquia, ou seja, aventuras, aventuras e aventuras, nos introduz à história das estórias.

Nem preciso dizer que amei, né?

 

A grande fuga

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Foto: Robert Doisdeau

 

Os anos de 1940 não foram muito bons para se viver, especialmente se você fosse judeu, cigano, polonês, deficiente físico ou mental, homossexual. E é claro que Sara se enquadrava em uma dessas características. Filha única de Adele e Peter, ambos judeus de nacionalidade holandesa, estavam passando por tempos difíceis. A guerra havia tomando grandes proporções e as medidas contra os judeus causavam extrema preocupação em toda a comunidade. Sara tinha treze anos e havia se mudado de escola recentemente pois, a nova regra dizia que judeus podiam somente frequentar escola de judeus. As repressões eram muitas, quase não se podia sair de casa e se saísse, devia-se usar uma estrela amarela, um indicativo da origem judia. Além disso, haviam dado toque de recolher à população, oito horas da noite, todos deviam estar dentro de suas casas.  O sofrimento psicológico era tão grande, que ora ou outra Peter ouvia as notícias sobre algum conhecido que havia cometido suicídio.

Peter e Adele conversavam muito sobre a possibilidade de enviar Sara para morar com seu avô materno na Suíça, mas sempre se depararam com os sérios riscos da viagem. Primeiro porque o governo Suíço começara a dificultar a entrada dos muitos imigrantes judeus, que desesperados tentavam entrar no país fugindo da atual situação política, na esperança de que ali pudessem ter uma vida diferente, então seria melhor que Sara fosse sozinha ou no máximo com a mãe, com a finalidade de manter a discrição, no entanto, duas mulheres viajando sozinhas nessas condições seria altamente perigoso. Se Peter abandonasse o emprego de uma hora para outra seria uma bandeira enorme. Precisavam pensar muito bem no que fariam. O fato era que não dava mais para sustentar aquela vida. Moravam numa boa casa de dois andares, uma sala arejada e recém pintada de azul, o piano de Adele encostado em uma das paredes, cozinha equipada com os melhores eletrodomésticos da época, de onde se fazia os pratos mais cheirosos da vizinhança. Sara era uma menina muito educada e inteligente, desde muito novinha. Poucos anos após o seu nascimento, Peter e Adele começaram a planejar outro filho, um irmãozinho faria muito bem a garotinha. Mas logo os nazistas chegaram ao poder e as prioridades mudaram. Era preciso manter-se invisível, se possível, para garantirem a sua sobrevivência.

A vida já havia sido muito mais simples, mais pacífica, no entanto, as notícias se espalhavam rapidamente, falava-se sobre seis grandes campos de trabalhos forçados para onde os judeus estavam sendo enviados, e que nesses lugares, embora ninguém de fato confirmasse, ocorriam extermínio em massa dessas pessoas. Quando August e sua família, vizinhos e amigos de Peter e Adele, receberam a convocação para o tal campo, fora a gota que faltava para que o desespero batesse à porta, afinal as coisas só parecem reais quando acontecem perto de nós.

– Papai, porque afinal devemos viver escondidos? – perguntava Sara quando sentia-se entediada por não poder brincar livremente com suas amigas como fazia antes.

– Minha filha, isso vai passar. Eu te prometo que daqui alguns dias não teremos mais que passar por isso. Mas entenda uma coisa, nunca julgue alguém por bom ou mal, só pelas características dela.  Vou te dar um exemplo: não é porque os alemães estão fazendo isso com o nosso povo, que todos eles são más pessoas. Ninguém é capaz de julgar algo ou alguém sem conhecer sua essência. Devemos sempre ter respeito pelo próximo, entendeu? – respondeu Peter com toda paciência do mundo.

– Sara, minha menina, em breve faremos uma viagem. Ficaremos na casa de meu pai, seu avô Jacob, por algum tempo. Ao menos até a poeira abaixar. – anunciou Adele.

Sara que sempre fora uma menina calma, agora começara a ficar um pouco apreensiva. Há muito que não via o avô, seu companheiro de aventuras durante toda sua infância, ele havia ido morar na Suíça em meados da década de trinta logo que surgiram os boatos falando sobre como o governo atual pretendia agir, coisas que Sara não entendia bem até aquele momento, mas que começou a sentir na pele, na antiga escola, quando as outras crianças começaram a persegui-la com xingamentos feios e até mesmo tentar agredi-la sem o menor motivo. As coisas se acalmaram um pouco quando se mudou para a escola judia, os professores tentavam explicar às crianças mais velhas o que estava acontecendo naqueles dias, e a sensação de repressão, tornou-se de medo por parte da maioria. Agora tudo iria mudar de novo, seus pais a levariam de Amsterdam e mesmo com a boa notícia de que veria seu avô, Sara sabia, bem lá no fundo, que uma vez que saíssem, não voltaria à sua casa novamente.

Adele acordou Sara tão cedo que o dia ainda não havia clareado por completo, precisavam sair naquele momento se quisessem pegar o trem. Embora soubesse da dificuldade que teriam, Peter precisaria tentar, ao menos por sua filha. Deixaram quase tudo para que as malas não chamassem a atenção, Sara não pôde levar sua boneca preferida, não pôde levar nada que não fosse essencial. Saíram sem transparecer pressa ou nervosismo, Adele havia deixado tudo bem organizado na casa para não parecer que haviam saído correndo. Caminharam por ruas diferentes, Adele como se levasse Sara à escola, Peter como se fosse ao trabalho mais cedo. Na estação de trem compraram também as passagens separados, embora próximos, para manterem-se seguros. Precisariam seguir por pequenos trechos, atravessando três países distintos, Bélgica, França, contornando a Alemanha até chegar na Suíça. Não seria fácil, mas Peter havia conseguido documentos falsos com outros nomes, agora só restava correr o risco.

Apesar da apreensão, a viagem até Bruxelas transcorria bem. Sara dormia acomodada no sofá, enquanto Peter e Adele olhavam sem ver, em completo silêncio, a paisagem lá fora. Quando o guarda do trem viera pedir o documento e passagem Peter precisou de todas as suas forças para não entregar tudo, mas apesar disso, o guarda não notara o suor brotando na testa do homem e seguiu para o aposento seguinte com Adele e Sara. Todos estavam sempre tão nervosos naqueles dias que para aquele guarda era uma reação comum ao checar os documentos dos passageiros. O mesmo ocorrera em Bruxelas, todo aquele nervosismo, o coração acelerado, a boca seca, mãos trêmulas de ambos durante cada minuto das duas horas que se passaram até entrar no trem e durante todo o trajeto até Paris.

Tudo ia bem. Em Paris, no entanto, souberam que o próximo trem com destino a Zurique fora cancelado. Era noite, passava das dez, e dificilmente andariam pelas ruas sem serem descobertos. Por sorte uma pequena hospedaria a uma quadra da estação de trem havia vagas. Sem muitas perguntas o gerente os levou até um quarto simples, apenas uma cama estreita, porém com lençóis brancos, travesseiros limpos e um cobertor. No chuveiro havia água quente, onde poderiam se lavar e passar a noite da melhor forma possível. Apesar do barulho de sirenes lá fora, conseguiram se acomodar bem. Peter ficou na poltrona ao lado da janela, enquanto Adele e Sara dormiram na cama.

– Adele fique aqui com Sara, enquanto tento obter informações sobre o próximo trem para Zurique. – pediu Peter já pela manhã. Tinha aparência de quem não dormira nada. Haviam sombras embaixo de seus olhos. A esposa apenas assentiu e percebeu que tinha a mesma aparência. Tivera sonhos horríveis sobre prisões, gritos histéricos e correria.

Sara ainda dormia tranquilamente quando Adele percebeu que nada haviam comido desde Bruxelas. Apesar de não sentir fome, precisava cuidar de sua filha, a menina devia estar faminta.

– Filha querida, vou até a recepção do hotel verificar se tem alguma coisa para oferecer aos hóspedes de café da manhã. Por favor, fique aqui e não saia por nada. – pediu carinhosamente enquanto Sara despertava preguiçosa.

Ao descer as escadas Adele percebeu uma grande movimentação na recepção e passou a andar muito devagar sem fazer barulho nenhum, com a intensão de ver o que estava acontecendo antes que alguém a visse. Soldados da SS estavam fazendo algum tipo de patrulha e interrogavam de forma dura o gerente, o mesmo homem da noite anterior, enquanto o homem apenas balançava a cabeça em negativa.

Adele podia sentir o coração pulsando no pescoço, mas ficou imóvel. O soldado estava virando para a sua direção quando uma sirene do lado de fora chamou sua atenção e fez com que saísse do estabelecimento. Nesse momento Adele percebeu que havia segurado a respiração e ficou aliviada quando o ar finalmente voltou a circular em seus pulmões.

– Senhor, está tudo bem? – perguntou ao gerente, quando percebeu que o homem estava ofegante.

– Sim, senhora. Essas visitas são constantes, eles sempre querem saber quem estamos hospedando. Senhora Emanuelle, certo? Em que posso ajuda-la? – perguntou-lhe.

– Ahn. Ah sim, Emanuelle. – disse levando um susto quando a porta abriu novamente. Peter vinha com pães e leite com café. Adele assentiu para o gerente e subiu em direção ao quarto junto do marido.

– O que você fazia lá embaixo? – perguntou Peter ao abrir a porta do quarto.

– Fui buscar algo para que Sara pudesse se alimentar e quando cheguei perto ouvi a discussão entre aquele soldado horrível e o gerente.

– Você não devia Adele. Por favor, da próxima vez tenha mais cuidado.

– Soube que os trens não circularão hoje, talvez normalizem amanhã. Ficaremos mais um dia por aqui. E é melhor não sairmos. – Peter percebeu o olhar de decepção de Sara, mas apesar de todo o amor que sentia pela filha, não podia falhar na missão de salvar a família. Ela entenderia quando fosse mais velha.

O dia passou lentamente. O barulho dos aviões e das sirenes sempre assustavam a todos. Mas nada havia o que se podia fazer. O mais seguro era ficar onde estavam. Fizeram somente mais uma refeição naquele dia. Precisariam descansar para seguir viagem, aquele seria o trecho mais longo e mais complicado de fazer, uma vez que a Suíça estava fechando as portas para os imigrantes judeus. O alto preço pago na aquisição daqueles documentos falsos teria que valer a pena.

E então deram adeus para mais um país, rumo ao que seria o seu destino final. Ao chegarem em Zurique, no desembarque, a família logo identificou vovô Jacob. Todos se abraçaram e lágrimas escorriam dos olhos dos quatro. Mas Peter percebeu quando Jacob começou a ficar apreensivo. Voltou-se para trás e viu três guardas se aproximando.

– Por favor, vocês podem nos acompanhar. É apenas uma averiguação, faz parte do protocolo. – disse um dos homens.

Peter, Adele e Sara acompanharam o primeiro guarda, seguidos pelos outros dois.

– Papai, por favor, nos aguarde aqui mesmo. Já retornaremos. – pediu Adele. Jacob apenas assentiu, tendo um pressentimento ruim, enquanto Sara olhava para trás para não perder o avô de vista.

A família foi levada a uma sala, onde fizeram todos os tipos de pergunta, desde nome, origem, descendência, o que faziam ali, quanto de dinheiro traziam, de onde vinham. Mas Peter e Adele já tinham tudo em mente, sabiam que história contariam, mesmo Sara sabia que deveria ouvir, ficar em silêncio, olhando para os sapatos. Não podiam ser mandados de volta. Embora tivessem sido liberados aqueles eram tempos difíceis, onde as pessoas mentiam muito. Foram obrigados a deixar o endereço de onde ficariam hospedados, com a instrução de deixar o país em até dez dias. Todos ficaram muito desapontados, mas teriam ao menos dez dias para pensar o que fariam.

A maior parte do tempo, Jacob passava conversando com Peter. Sara sabia que eles teriam de bolar um plano. Ficavam horas conversando no escritório de portas fechadas. Mas vovô percebera a frustração no olhar da menina.

– Sara, hoje irei leva-la para um passeio. Esteja pronta as quatro e meia em ponto, está bem? – disse à neta.

– Oba, vovô! Estarei pronta as quatro e vinte!

Naquele dia, Sara vestiu sua melhor roupa, uma saia cinza escura, camisa branca, meias altas e sapato preto. Adele havia lhe comprado um casaco cinza clarinho e também um chapéu bonito. Assim que desceu as escadas, com o coração acelerado, viu o avô, vestindo um terno escuro, camisa branca, sem gravata e sapatos pretos bem lustrados. Jacob colocou seu chapéu coco e partiram para uma tarde agradável. Aproveitaram a caminhada para colocar o papo em dia. Sara contou sobre suas duas últimas escolas e sobre algumas de suas amigas. Contou também tudo o que viu durante a viagem e sua ansiedade em chegar a Suíça. Sentia muitas saudades do avô. Por fim, chegaram a um café, desses com mesinhas na calçada. Sara pediu uma gasosa e Jacob uma taça de vinho.

– Sara, filha, em alguns dias você e seus pais farão uma nova viagem. – disse Jacob, ternamente, tirando a menina de um devaneio qualquer.

– Ah não, vovô. Nós mal chegamos e já vamos embora? – disse a menina desapontada.

– Sim, minha querida, é necessário. Eu conversei com alguns amigos e um deles que me devia um favor, garantiu o embarque de vocês em um navio que sairá daqui e irá direto para a América. – disse vovô. – Os Estados Unidos da América receberão você e seus pais de forma segura e vocês nunca mais precisarão fugir.

– Mas o senhor irá conosco, não é?

– Temo que não, querida. Eu tenho minha vida aqui, não tenho mais idade para essas grandes mudanças. – disse, apesar do desapontamento da menina.

E assim vovô lhe contou tudo o que sabia sobre a América.

O navio partiu dois dias depois, levando Sara e seus pais. Dessa forma, eles foram uma das muitas famílias classificadas na história como refugiados do Holocausto, que matou mais de seis milhões de pessoas somente na Europa. Uma mancha na história da humanidade, mas que Sara viria a ter noção somente muitas décadas depois. E então enquanto o navio zarpava, as únicas coisas que conseguia se apegar eram as poucas boas lembranças dessa grande fuga, em particular uma sobre uma menina inocente tomando refrescos com o seu tão amado avô.

Tamara Zilion

Inferno – Dan Brown

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Hoje eu gostaria de falar um pouquinho sobre a obra Inferno de Dan Brown. Já havia lido o livro há alguns anos (2013 – ano do lançamento) e essa semana fui conferir sua adaptação nos cinemas.

Dan Brown, assim como alguns dos meus autores favoritos do gênero – Sidney Sheldon e Harlan Colben – mantem sua fórmula de sucesso, nesse caso, ação envolta a belas obras de arte, e o leitor, sabendo disso só tem de esperar as grandes reviravoltas da trama, além do lindíssimo cenário de Florença, que é um caso a parte.

Embora alguns críticos digam que essa fórmula esteja ultrapassada, eu vejo a trama “Inferno”, além de ser meu livro preferido do autor, como uma história extremamente plausível, diferentemente do seu maior sucesso, Código da Vinci, que apesar de uma leitura fantástica, muito se foi publicado sobre o excesso de especulações que envolvem a trama. No mundo de hoje, onde tudo vira arma nas mãos de pessoas erradas, a ideia do vilão Bertrand Zobrist não seria assim tão impossível.

Robert Langdon mantém seu charme habitual, e continua demonstrando, como professor de simbologia que é, um vasto conhecimento sobre cada uma das obras renascentistas presentes no decorrer da trama, especialmente sobre a imagem de “Mapa do Inferno” de Botticelli, a famosa obra de arte inspirada na passagem Inferno da obra “A divina comédia” de Dante Alighieri.

A adaptação cinematográfica seguiu, até certo ponto, muito bem a obra literária, mas como era de se esperar, assim como nas outras duas vezes, o final foi substituído por uma versão menos problemática de se construir, uma versão mais fácil e mais simples, mas não necessariamente a melhor, e novamente tivemos um felizes para sempre.

Mas para quem gostou dos outros livros, super recomendo a leitura de Inferno, assim como recomendo irem conferir o filme, ainda vale a pena, acredite!

Trick or treat!!!

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31-10 – Halloween / Dia das Bruxas

Essa é uma típica festa americana, que ultimamente vem caindo no gosto do brasileiro. Apesar de atualmente ser uma comemoração do dia das Bruxas, sua origem teve pouco a ver com fantasias, doces e travessuras. Alguns estudos apontam para algumas referencias sobre o festival celta de Samhain, o festival pagão que comemorava o fim do verão, que durava três dias, tendo seu início no dia 31-10, uma homenagem ao “Rei dos Mortos”. Outros apontam a origem para o festival galês de Galan Gaeaf, que tem muitas característica do próprio Samhain, mas também muitas diferenças, devido a região onde era celebrado.

No entanto, pouco importa sua origem, ao menos para quem é louco por histórias fantásticas como eu. Esse é o dia em que comemoramos a grata existência de personagens como Merlin, Morgana, Gandalf, Dumbledore, Harry Potter, Magnus Bane, assim como personagens merecedores de serem lembrados nesta data, mesmo não sendo exatamente bruxos, como Srta. Peregrine,  Percy Jackson, Katniss Everdeen, Bilbo e Frodo Bolseiro entre outros tão icônicos quanto…

Dessa forma, selecionei algumas imagens dos nossos personagens bruxos mais queridos e algumas curiosidades sobre eles.

Merlin

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Merlin, o mago.

Merlin o mago mais icônico da história, com relatos anteriores ao século X.  Teve grande popularidade na Idade Média e foi personagem importante de muitos romances escritos em francês e inglês.Segundo Robert Boron, escritor francês do século XII que mais desenvolveu o personagem, o pai de Merlim era um demônio, e que o bebê era destinado a ser um profeta do mal. Porém, graças à virtude da mãe os planos do demônio são frustrados, e os poderes de Merlim passaram a servir boas causas. Merlin é o criador da Távola Redonda de Uter e o responsável pela espada na pedra, retirada por Artur que ganha o direito de ser rei.  O mago, então, torna-se conselheiro de Artur no início do seu reinado, porém, antes do episódio da busca do Santo Graal, Merlim apaixona-se por Viviana, que aprende magia como ele e termina aprisionando o mestre numa prisão encantada. Thomas Malory, na sua famosa Morte de Artur (século XV), também retrata Merlim como um conselheiro sábio do rei Artur e seu final como vítima de Viviana. Na Era Moderna, Merlim continuou a ter muita popularidade, figurando em obras literárias desde a Renacença até a atualidade. É figura importante nas obras arturianas de Tennyson (Idílos do Rei), Mark Twain e T.H. White.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Merlin

Gandalf

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Gandalf, o cinzento.

Gandalf é um dos grandes personagens das obras do autor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. Mago Istari, pertencente à raça dos Maiar, espírito angelical do mundo tolkienano, e costumava andar com Nienna com quem aprendeu a paciência e a compaixão (Silmarillion), mas diz-se que era conselheiro de Irmo Lórien. Foi à Terra-Média, incorporado um velho, para ser um dos conselheiros dos homens e impedir que a escuridão voltasse.O personagem aparece em todas as obras de Tolkien relacionadas ao mundo de Arda, incluindo O Hobbit (1937), A Sociedade do Anel (1954), As duas Torres (1954), O Retorno do Rei (1955), O Silmarillion (1977) e Contos Inacabados (1980).

Fonte: https://www.valinor.com.br/8456

 

Morgana

 

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Morgana ou Morgana das Fadas

Morgaine Le Fay ou Morgana Le Fay, sendo conhecida na Grã-Bretanha como Morgana das Fadas, dentre outros nomes, aparece nas histórias do Rei Artur.

Morgana é treinada por sua tia na Ilha de Avalon para se tornar a Senhora do Lago ou como também é chamada Dama do Lago ou Senhora de Avalon.

O personagem aparece em toda obra de Marion Zimmet Bradley, As brumas de Avalon, que recontam a história do Rei Artur, Morgana é uma sacerdotisa sagrada da Grande Mãe. A história de Marion retoma laços importantes de Morgana com a cultura pagã atual. Colocar Morgana numa posição de poder e conhecimento confere às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto à Deusa, base do Druidismo Matriarcal.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fada_Morgana / As Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley (1982)

Dumbledore

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Albus Dumbledore

Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore  é um personagem da saga de livros Harry Potter, criada por J.K. Rowling . Foi professor de Transfiguração e mais tarde diretor da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Dumbledore foi também membro da Confederação Internacional de Feiticeiros, Presidente da Suprema Corte dos Feiticeiros e ainda Presidente do Wizengamot. Considerado por muitos uma “lenda viva” e um dos mais poderosos feiticeiros de todos os tempos. Dumbledore foi agraciado, ainda em vida (acontecimento quase inédito no mundo da magia) com a Ordem de Merlim – Primeira Classe, a mais alta condecoração que pode ser atribuída a um feiticeiro.

Supõe-se que o antigo diretor da escola primária frequentada por J.K.Rowling tenha sido a inspiração para o personagem.

Fonte: http://pt-br.harrypotter.wikia.com/wiki/Alvo_Dumbledore

Harry Potter

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Harry Potter e sua coruja Edwiges

Harry James Potter  ou simplesmente Harry Potter é um personagem fictício protagonista da série homônima de livros  da autora britânica J. K. Rowling. Filho único de Tiago Potter e Lílian Evans Potter, é um dos mais famosos feiticeiros dos tempos modernos. Ele também foi um dos alunos mais famosos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts de seu tempo. É conhecido no mundo bruxo por ser o único sobrevivente da Maldição Imperdoável da Morte (Avada Kedavra), quando Lord Voldemort tentou assassiná-lo ainda bebê. Viveu toda sua infância sem qualquer fonte de conexão com os bruxos, mas, aos 11 anos, passou a frequentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Fonte: http://pt-br.harrypotter.wikia.com/wiki/Harry_Potter

Magnus Bane

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Magnus Bane é o Alto Feiticeiro do Brooklyn, nasceu de uma mulher metade Holandesa e metade Indonesiana e do Príncipe do Inferno Asmodeus no século 16 em Jacarta, Indonésia, na época conhecida como Batávia das Ilhas Leste Holandesas.Durante quase quatro séculos, sua figura boêmia destila charme nas mais badaladas noites, de Nova York a Londres, atraindo olhares e encantando fadas, vampiros e claro, Caçadores de Sombras. Esteve nos mais marcantes acontecimentos da história mundial, como a Revolução Francesa, a crise de 1929 dos Estados Unidos, e lutou na batalha contra Valentim, o Caçador de Sombras mais temido de todos os tempos. Magnus está presente nas obras relacionadas aos Caçadores de Sombras e as criaturas do submundo de Cassandra Clare.

Fonte: http://pt-br.shadowhunters.wikia.com/wiki/Magnus_Bane

É isso, pessoal, espero que tenham gostado!!! E Happy Halloween!!!!

 

 

O monólogo da espera

 

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Ah, meu Deus! Me vejo agora aqui neste aeroporto, sentado em uma dessas cadeiras cinzas, frias e sem vida à espera de alguém. Ela chegará em menos de quinze minutos, de acordo com o horário combinado e eu nem ao menos conheço seu rosto. Será uma bela loira de olhos azuis, gentil e sorridente? Creio que isso traria cores à minha vida! Seria uma linda morena carinhosa e delicada? Isso aqueceria meu coração.

Sinto tamanha ansiedade me secando a boca e transformando meus ossos em água. Não existe posição confortável numa situação assim. Quando decidi que daria um passo à frente em meu relacionamento, não tinha dúvidas de que ficaria dessa forma, cada minuto leva quase uma hora a passar. Será que irá gostar de mim? Será que irá se adaptar ao meu mundo, minhas manias, nossa casa? Afinal ela também não me conhece, como poderia?

Ah, quando vejo os números familiares no telão de desembarque! Sinto meu coração pulsando em minhas têmporas. Faltam poucos minutos agora! E essa sensação é desesperadora. Estou realmente preparado para isso? Talvez sim, talvez não. Seremos cúmplices pela vida toda? Talvez sim, talvez não. Será que conseguirei dar-lhe um bom futuro? Talvez, apenas talvez. Não conseguimos garantir um minuto à nossa própria frente, quiçá à frente de outra pessoa. Em sua inocência, em sua doçura, sim, com certeza, espero lhe proporcionar o melhor que puder lhe dar.

Ai meu Deus!!! Visualizo finalmente um rosto familiar. Eu sei, eu sei, aquela a quem eu realmente espero, não tem ainda uma face conhecida. Mas a outra, sorri, ri e sorri ao mesmo tempo. Nunca vi tanta plenitude naquele olhar, nunca vi tanta felicidade em um único ser! As pessoas finalmente abrem caminho e a primeira coisa que consigo pensar é de que eu nunca a vi mais linda. Ela segura aquele que parece apenas um pacotinho de lã, mas cujo conteúdo começou a se tornar a coisa mais importante da minha vida. Todos os meus questionamentos agora já não têm mais importância. Sinto apenas culpa, culpa por não ter conseguido chegar a tempo vê-la nascer. Minha filha! Minha filha! Eu sou pai! Vou te dar tudo, meu amor! Vou ser seu amigo, seu anjo da guarda e te darei o melhor futuro de todos, aquele que você sonhar! Mas principalmente, serei seu guarda-costas. Ah, ninguém se aproximará de você, nunca! Nenhum marmanjo teria coragem! Agora vou te levar para casa, junto com sua mãe, somos uma linda família.

Ah, obrigada, meu Deus, eu sou pai! Eu sou pai!

A menina queixo duro

Lembro-me de muitas coisas como se as tivesse vivido ainda ontem. Éramos muito pobres, materialmente falando, a economia ia mal segundo os adultos diziam. Faziam-se longas filas no posto de gasolina logo após o “boa noite” do Sidney Moreira. Papai andava preocupado, sempre pensando na possibilidade de aumentar a renda. Mamãe sabia que enquanto eu fosse criança, dificilmente conseguiria ajudar. Vivíamos nos fundos da casa de meus avós paternos, numa casa de três cômodos apenas. As paredes eram azuis e os armários marrom clarinhos. Lembro também de como inteligentemente mamãe me distraía. Dava-me grandes responsabilidades, como lavar uma meia, enquanto ela lavava o restante das roupas no tanque de pedra cinza ou me pedia para limpar a casa com minha vassourinha de cerdas verdes.
Mas nenhum momento era melhor do que quando ouvia papai chegando, eu sabia que ele seria meu por alguns instantes. Ele sempre me pedia para que eu escolhesse um dos meus livros, eram seis da minha primeira coleção, tinham capas azul marinho, bordas e títulos dourados, páginas duras e fáceis de virar. E então papai lia aquelas histórias fascinantes, como a grande batalha dos três indefesos porquinhos contra o temível lobo mau, ou mesmo as aventuras da menina branca como a neve e cabelos pretos como carvão e seus sete amigos anões. Ficava imaginando como era possível que o cabelo de Rapunzel simplesmente não era arrancado de sua cabeça quando o príncipe escalava a torre mais alta do castelo usando suas tranças. Mas eram momentos mágicos em que eu era consumida pela história. Queria aprender logo a decifrar todos aqueles símbolos que de alguma forma davam origem às palavras, porque embora minha família tivesse muito pouco naquela casa, os livros nunca faltaram.
Me entediava ir ao parquinho, sempre me sentia preguiçosa. Não ficou mais fácil quando o último ano chegou, aquele a que todos chamavam de pré-escola. A professora era minha tia de verdade. Eu tinha uma certa “vergonha”, não gostava e não queria que meus amigos achassem que eu tinha privilégios. Que privilégios podem haver quando se está na pré-escola com seis anos? Mas essa vergonha era tão intensa que embora todas as outras crianças a chamassem de “tia”, eu não conseguia, e mesmo hoje ainda não consigo.
E então a primeira série chegou. Eu adorei ir à escola. Não me lembro se chorei no primeiro dia, mas ter uma apostila, um livro só meu era incrível. Lápis de cor, de escrever e canetas, cadernos novos e encapados com papel pardo e uma etiqueta, onde mamãe escrevera meu nome, enfim, tudo novinho era maravilhoso. Uma das lições que me recordo com mais clareza era sobre a centopeia e todos os seus pés. Como era melancólica a centopeia!
Aprender era muito natural, primeiro as vogais, depois as consoantes e em seguida as silabas que formavam juntas. Aqueles símbolos tão misteriosos de alguns anos antes já começavam a fazer mais sentido. A leitura sílaba a sílaba, falada de forma pausada evoluiu e quando a professora nos permitiu enfim escrever os títulos das tarefas com a caneta, o número em vermelho e o restante em azul, foi uma vitória conquistada!
Além de todo o universo de aprendizado que a escola me trouxe também foi nessa época em que aprendi o valor da minha própria opinião. Eu particularmente achava que podia opinar sobre tudo, inclusive nas conversas dos adultos.
– Isso é assunto de gente grande! – dizia mamãe.
E se caso eu não concordasse, argumentaria, brigaria se preciso para convencer quem estivesse me contrariando.
– Queixo duro essa menina! – dizia papai, nos momentos em que eu discordava de suas ideias.
Certo dia, titio Arnaldo chegou em nossa casa com uma enorme caixa de papelão. Ele sempre me trazia presentes. Entre os muitos brinquedos colocados cuidadosamente naquela caixa, estava um livro sem capa, sem figuras, era somente o texto. De cara o joguei de lado e fui ver os brinquedos, que embora fossem usados, eram bem cuidados. Mas a curiosidade não demorou muito a despertar.
– Vou ler apenas a primeira página para saber do que se trata. – pensei. E aquela página transformou-se em dez, vinte, trinta…
– Sobre o que é esse livro? – mamãe quis saber.
– É sobre um menino muito pobre que morava numa casinha muito humilde na beira da estrada. Passou a vida inteira observando as pessoas indo e vindo, imaginando o que encontraria no final daquele caminho. Fala também sobre um rei muito entediado que oferece um tesouro para o súdito que inventar o jogo mais legal da história. E é o menino que ganha a competição! – respondi entusiasmada. Mas embora fosse uma ótima história e embora eu tivesse lido o livro todo com tão pouca idade, por muitos anos eu não soubera seu título, “O homem que calculava” de Malba Tahan.
Muito tempo se passou, conforme fui crescendo e amadurecendo não encontrava títulos na biblioteca da escola que realmente me chamassem a atenção. No entanto encontrei em alguns gibis a possibilidade de continuar lendo. E os da turma da Mônica eram os meus preferidos. Tinha a coleção inteira da época. Mas essa fase também passou. As tarefas da escola consumiam o meu tempo, os livros obrigatórios me sugaram a vontade de ler. As aulas de literatura não eram tão divertidas como a própria leitura, elas não estimulavam nenhum pouco a imaginação. Eu considerava as histórias daqueles livros que devíamos ler extremamente maçantes, não todas, mas a maioria.
– Adolescentes precisam de histórias para adolescentes! – pensei um dia.
E então decidi que iria escrever minha própria história. Não queria mais ler se aqueles fossem os livros do momento. Definitivamente a literatura do tão esperado “mundo dos adultos” não era para mim. Escrevia um diário com detalhes sobre tudo o que eu vivia, minhas dúvidas, minhas certezas. Era a época do primeiro grande amor.
– Você pode me dizer o que significa isso? – disse mamãe apontando para uma das páginas do meu diário.
“Ficarei com ele, não importa o que meus pais me digam. Eu o amo!” – dizia a frase apontada por mamãe.
Não houve dia em que eu me sentisse mais exposta. Tinha meu diário como meu melhor amigo e ele havia me traído! “Ele” tinha fama de bad boy e meus pais não gostariam que ficássemos juntos. Eu conseguia entender isso. Mas mesmo assim meus diários foram para a fogueira no dia seguinte.
E novamente, muito tempo se passou sem que eu lesse ou escrevesse. Meu retorno a leitura se deu num momento em que eu me sentia perdida e por isso os meus questionamentos eram muito frequentes. Vendo isso, uma amiga me presenteara com o livro “Violetas na Janela” de Vera Lúcia Marinzeck. Uma literatura de cunho religioso, espírita, mas que me devolvera o prazer da leitura. E partir daí foram muitos romances espíritas, como chamam esse tipo de livro, também muitos livros de ficção. É impossível contabilizá-los.
Adoro ver as pessoas lendo no metrô. Faço questão de anotar os títulos, eles sempre são ótimas sugestões para a próxima aquisição. Em casa, todos me consideram compulsiva. Ninguém consegue conversar comigo quando estou lendo. Mas não considero isso um problema, as pessoas já se acostumaram.
E foi lendo que um dia me veio à cabeça: “Porque você não escreve seu próprio livro? Lembra daquela história que você fica fantasiando tanto? Coloca ela no papel! ” E assim nasceu “Inesperado”. E assim também tem nascido tantas outras histórias. Elas simplesmente “brotam” no meu consciente.
Ler para mim significa alimentar a alma e escrever significa controlar meu próprio caos, acalmar meus medos e adestrar meus demônios. Um somado ao outro é a fórmula mais que perfeita para a manutenção da minha sanidade mental. É claro que tenho inseguranças, como todo escritor. Mas enquanto eu puder me manter lendo e escrevendo todos os dias eu com certeza serei uma pessoa melhor, uma pessoa mais feliz.